A medicina está chegando perto de conseguir, de maneira mais rápida e eficaz, com que os fumantes abandonem o vício causado pelo cigarro. A Pfizer desenvolve uma vacina terapêutica para acabar com a dependência da nicotina - uma das mais de 4.700 substâncias presentes no cigarro e responsável pelo prazer ao inalar e soltar a fumaça.
Os estudos em animais existem desde o início do século. Em humanos, as pesquisas se iniciaram em 2005 e agora estão próximas de chegar ao fim. “Ela encontra-se na fase III de estudos clínicos (quando o novo tratamento é comparado com o tratamento padrão existente)”, explica o psiquiatra Matheus Cheibub.
Segundo o médico, a vacina estimula o nosso sistema imunológico a criar anticorpos específicos contra a nicotina. “Ao encontrar uma molécula circulante de nicotina na corrente sanguínea, o anticorpo tende a impedir que atravesse a barreira ‘sangue-cérebro’ e chegue ao cérebro, consequentemente reduzindo a liberação dos neurotransmissores”, explica.
Assim, o indivíduo, ao fumar, terá os efeitos ‘agradáveis’ da nicotina diminuídos”, diz o psiquiatra. Ele acrescenta que o poder da vacina pode durar de algumas semanas a um ano, dependendo da dosagem aplicada. “Ela seria administrada por meio de uma injeção no braço. Sendo necessário o paciente voltar ao seu profissional de saúde para renovação, até que esteja abstinente do uso do tabaco”.
Mas quais são os efeitos encontrados até o momento? "Na verdade, efeitos adversos são poucos. Porém, podem se apresentar em forma de dores musculares, dores de cabeça, desconforto, resfriados e infecções de vias aéreas superiores".
Esporte
Um deles é a inclusão do esporte no seu dia a dia e uma rotina mais saudável. Quem comprova a eficácia desse “método” é o analista de sistemas José Henrique Fattorelli Carneiro, 56.
Ele conta que começou a praticar tênis e a frequentar uma academia. Para melhorar seu rendimento, percebeu que tinha de largar o cigarro. “Eu estava hipertenso, quase diabético e resolvi malhar. Fiz um trabalho com a nutricionista e perdi 21kg. O incentivo da família também ajudou, ainda mais no início”, detalha.
José já havia tentado parar de fumar com auxílio de adesivos, mas acabou tendo uma recaída. Com o esporte, foi mais tranquilo. “Inclusive me inscrevi na empresa europeia para participar dos testes da vacina. Mas como sou brasileiro, não aceitaram minha inscrição”, conta ele, que completou 3 anos sem fumar no fim do ano.
Mas se rendeu às tentações das férias e festas de fim de ano. “O problema do vício foram as férias. Um trago aqui e outro lá e voltei a fumar. Você nunca deixa de ser tabagista, você controla”. Ele voltou a parar de fumar na última semana e garante ter sido mais fácil.
No Brasil
20 Milhões
É o número de pessoas que ainda fumam, segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad)
Pare Agora
Medicamentos
Mais prescritos
A Buropropiona e a Vareniclina são os mais prescritos. O primeiro é um antidepressivo que aumenta a concentração de dopamina no cérebro. O segundo bloqueia a nicotina e também induz à sensação de bem-estar. Apesar da Vareniclina ser mais cara e não ser disponibilizada em rede pública, ela tem ótima relação custo-benefício.
Reposição de nicotina
Eficientes
Adesivo, goma de mascar e pastilha são as três formas de garantir que a pessoa continue a receber a substância mesmo sem fumar. Eles são utilizados pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo e disponibilizados na rede pública.
Terapia
Essencial
A Terapia Cognitivo-Comportamental costuma ser essencial para o tratamento, já que é o meio pelo qual o tabagista reflete para mudar seus hábitos em relação ao cigarro. Pode ser feita individualmente ou em grupo.
Cigarro eletrônico
Sem comprovação
Não há estudos científicos que comprovem a sua eficácia. Na prática, funciona como um cigarro com “menos produtos tóxicos”, porém, não há tratamento da dependência por nicotina, visto que o mesmo contém nicotina. Logo, não há abstinência.
Fonte: gazetaonline.com.br