O ator Marcos Veras, protagonista do filme “Copa de Elite”, que estreia hoje, avisa: este é um besteirol brasileiro. Mesmo assim, diz ele, o filme merece a atenção do público. É divertido, provocativo e verdadeiro, com a mais pura intenção de fazer rir.
“Copa de Elite” é uma paródia de grandes sucessos do cinema nacional, como “Tropa de Elite”, “Minha Mãe É uma Peça”, “Bruna Surfistinha”, “Chico Xavier” e “Se Eu Fosse Você”, sobre o pano de fundo do principal evento do país em 2014: a Copa do Mundo. Três capixabas brilham no longa: os ex-VJs da MTV Daniel Furlan e Juliano Enrico, além de Luiz Tadeu Teixeira, pai de Juliano. Já Veras é Jorge Capitão, uma versão escrachada do Capitão Nascimento, de “Tropa de Elite”. O policial, que é capitão do BOP (assim mesmo, sem o E) e ídolo brasileiro, se vê transformada em inimigo público da nação ao salvar de um sequestro o maior craque argentino, às vésperas da Copa.
O filme começou a ser rodado em setembro do ano passado e foi finalizado em março deste ano, ou seja, em um ritmo quase frenético, como Veras mesmo diz. Na época, ele participava de uma peça em São Paulo, dois programas de TV no Rio de Janeiro, vídeos de internet para o Porta dos Fundos e um outro filme com gravações em São Paulo. Por isso, quase não ficou de fora do longa. “Enlouquecemos, mas foi um processo gostoso. Foi só na vitamina C e na raça”, brinca.
Para Veras, “Copa de Elite” é um reflexo do bom momento do cinema brasileiro. “O filme é totalmente besteirol, é para sentar, comer pipoca e rir. É um estilo que o Brasil não costuma fazer. ‘Copa de Elite’ é um reflexo da retomada do cinema brasileiro. Só se faz paródia do que é sucesso. O cinema nacional tem vários filmes de sucesso, e essa é uma fase bacana”.
No longa, Veras faz par com sua esposa, a atriz Júlia Rabello, com quem divide diversos outros trabalhos. “Isso está virando rotina, mas foi sem querer”, ri o ator. Júlia é Bruna Alpinistinha, uma mistura de “Bruna Surfistinha” com a personagem de Ingrid Guimarães em “De Pernas pro Ar”.
Também roteirista do filme, Vitor Brandt faz sua estreia na direção em “Copa de Elite”. Ele conta que sabe que haverá críticas devido ao gênero, mas tenta não pensar nisso. “Fazer um subgênero de comédia que já é criticado lá fora é pedir para tomar crítica na cabeça, mas tento não pensar muito nisso. Tentei fazer um filme bem honesto com o que eu queria que ele fosse. Eu queria achar engraçado, queria que meus amigos achassem engraçado, e isso tem acontecido”, diz.
O diretor explica que, como o filme não é uma comédia tradicional, foi possível fugir de um estilo mais alinhado com a televisão que as comédias costumam ter. “É uma paródia de dramas, então fomos para um visual mais dramático. Acho que, para comprar a graça das situações, era preciso sentir que aquele filme tivesse uma certa verdade”.
Brandt ainda destaca que se divertiu muito com Furlan e Juliano na produção. “Já tinha visto coisas dos dois na internet. Chamamos o Daniel para o teste e ele mandou bem. Achei que ele tinha que estar no filme. Ele contribuiu no roteiro com várias piadas, o personagem dele é forte, ele brilha”.
Já o convite para Juliano surgiu por uma coincidência: “Tinha um personagem no filme que era ginasta, e alguém comentou que o Juliano havia sido ginasta. Então, unimos o útil ao agradável. A participação era pequena e acabamos incluindo mais cenas dele”, diz o diretor. “Estava superanimado de filmar pai e filho juntos. Com o Luiz Tadeu, ficou bem legal na tela, pois são pai e filho como os personagens”, comenta Brandt.
Copa de elite
Comédia. (Idem, Brasil, 2013).
Direção: Vitor Brandt.
Elenco: Marcos Veras, Júlia Rabello, Rafinha Bastos, Anitta, Bento Ribeiro, Alexandre Frota e Daniel Furlan.