Imagina se houvesse uma fórmula para produzir um Café de alta qualidade? Pois é basicamente isso que a Caparaó Jr tentará descobrir a partir do Projeto “Grãos do Caparaó” apresentado ao CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que já foi aprovado e está em execução. O aporte financeiro, da ordem de 120 mil reais, será usado para custeio, material permanente e bolsas para os alunos. Além do objetivo de investigar até que ponto fatores como a fertilidade do solo e manejo da lavoura influenciam na produtividade e qualidade do Café, o projeto tem como meta realizar extensão rural e assistência técnica envolvendo alunos e professores do Curso Superior em Cafeicultura do IFES, Campus de Alegre, e de Agronomia do Instituto Federal do Sul de Minas (Campus Muzambinho). O projeto visa também identificar as demandas das comunidades especialmente no pós colheita, visando a comercialização do produto; capacitar produtores através de consultorias, palestras e minicursos; contribuir para o entendimento e aplicação de técnicas de produção com base na sustentabilidade (econômica, ambiental e social); e colaborar para a elevação da produção regional de café de alta qualidade. “Nós queremos descobrir o que nem o produtor sabe: o que é um café de boa qualidade? Quais parâmetros que influenciam a qualidade dos melhores cafés?”, destaca João Batista Pavesi, professor do IFES e Coordenador do Projeto. Além de quatro professores das duas instituições envolvidas, o projeto “Grãos do Caparaó” contará com a participação de 12 alunos do Curso Superior de Tecnólogo em Cafeicultura, do IFES (Alegre); 8 alunos do Curso Técnico em Agropecuária, do IFES (Alegre); 4 alunos dos Cursos Superiores em Agronomia e Tecnologia em Cafeicultura do IFES Sul de Minas (Muzambinho).
Plano de ação
O projeto prevê uma série de atividades ao longo de 2 anos, que envolverão planejamento, reuniões de sensibilização em cada uma das comunidades, visita a lavouras e instalações para caracterização dos sistemas de produção. Serão 110 lavouras analisadas em toda a região do Caparaó, incluindo Espirito Santo e Minas Gerais. O trabalho visa produzir diagnósticos de cada lavoura, como fertilidade do solo, análise físico-químicas, de agrotóxicos e mais uma série de fatores que podem influenciar o resultado final do produto, ou seja, a qualidade do Café. Como será um projeto executado através das Associações de Produtores, ele também poderá fortalecer cada etapa do processo produtivo e, melhor, irá servir de referência para outros ao redor daqueles com assistência prevista. Para se ter uma ideia, um projeto semelhante da Caparaó Jr em parceria com a Samarco Mineração que começou em 2009 com 10 comunidades atendidas, hoje conta com 32 comunidades e procura crescente. Além das visitas ‘in loco’ e das análises, o projeto prevê ainda dois grandes eventos, com participação de produtores e que permitirá a integração entre as diversas associações com rica troca de experiências. Por fim, os conhecimentos gerados a partir do trabalho, em conjunto com a capacitação oferecida permitirão aos produtores da região certificar suas propriedades e avançar na busca da Denominação de Origem para o Café produzido no Caparaó.
Caparaó Jr
A Caparaó Jr é uma empresa formada por alunos do Curso Superior Tecnologia em Cafeicultura do IFES (Campus de Alegre), com orientação dos professores e servidores técnicos administrativos, e que tem como atividade principal a prestação de serviços de agronomia e consultorias a atividades agrícolas voltadas para a cafeicultura. Fundada em 2010, ela atende a mais de 700 produtores rurais da região do Caparaó e de seu entorno, tendo como parceiros associações de produtores e prefeituras, além da empresa Samarco Mineração, com quem desenvolve um programa desde 2009. Atualmente sua área de atuação compreende 6 municípios do Espírito Santo e 6 de Minas Gerais.
Técnico da Caparó Jr em uma das lavouras que será objeto de estudo