Técnico da base foi o responsável por transformar o "atacante" Maxwell em lateral
Hoje ele coleciona títulos importantes, como o Mundial de Clubes e a Liga de Campeões, além de ter passagens por times como Inter de Milão, Barcelona, Paris Saint-Germain, e está convocado para representar o Brasil na Copa do Mundo. Mas Maxwell começou no futebol em gramados capixabas, como hoje acontece com garotos como Ícaro, Jonatan e André. Assim como o trio, ele foi aluno do professor Danuso Daumas, lá nos tempos da ABVV, em Vila Velha.
Aos 9 anos, Maxwell teve como primeiro treinador o então coordenador técnico da base do Caxias, Danuso. E, se hoje ele foi convocado por Felipão para a lateral esquerda, naquela época ele se arriscava era no ataque.
“Maxwell era atacante, ponta esquerda. E artilheiro. Fazia dupla com o Ely Thadeu, ex-Vasco. Fomos campeões da Copa Gazetinha, em Nova Venécia, em 1993, e ele teve atuação de destaque”, lembra Danuso, que foi quem primeiro testou Maxwell como lateral.
“Eu gostava de colocar meus atletas para jogar em outras posições e testei ele na lateral esquerda. Mas ele só veio a jogar de lateral no Cruzeiro, onde passou num teste”, lembra o ex-técnico do jogador.
Depois de 34 anos trabalhando com meninos no futebol capixaba, Danuso tenta deixar vivos os sonhos de tantos outros garotos, que assim como Maxwell sonhou um dia, querem seu lugar ao sol.
“Eu também quero ir para a Seleção. Mas tem que jogar bem. Por isso eu treino muito”, comentou André Cordeiro, jovem jogador de oito anos.
“Diabo Loiro” levava os outros garotos à loucura
Na época que ainda morava em Vila Velha, depois de ter vindo de Cachoeiro de Itapemirim, onde nasceu, Maxwell participou, em 1993 e 94, da Seleção da Copa Gazetinha, em um torneio nos Estados Unidos. Djalma Comério era seu treinador na ocasião, quando foram campeões.
“Lembro que ele tinha desenvoltura, uma boa técnica, passava bem, com bons cruzamentos e tinha a marcação forte. Acredito que a disciplina e a vontade de fazer bem feito fizeram ele ir para frente. Hoje ele é um atleta completo, tanto que Felipão viu isso”, disse Djalma.
Ex-diretor do Álvares Cabral, José Luciano Domingos recorda os tempos em que a mãe de Maxwell, Paulina, ia assistir aos jogos do filho e também do apelido de infância. “Havia pais que xingavam, mas ela sempre teve uma postura diferente. Contida, à beira do gramado, dentro da ética. Ele era loirinho e os meninos o apelidaram de ‘diabo loiro’. Quando ele dava aquela explosão, o cabelo voava, foi por isso que o apelido surgiu”, conta.