Alvo de críticas em diversas publicações pela Europa, a Copa do Mundo no Brasil entrou na mira agora da revista alemã “Der Spiegel”, uma das principais do país. Com o título “Morte e jogos”, ela estampa em sua capa uma imagem do Rio de Janeiro com uma bola de fogo sobrevoando a cidade que receberá a final do torneio.
O conteúdo reúne três matérias que totalizam 10 páginas da edição e não economiza nas críticas ao Brasil. Intitulado "Gol contra do Brasil", o artigo assinado pelo repórter alemão Jens Glüsing fala das notícias sobre protestos, greves, problemas com infraestrutura e violência.
- Nas favelas do Rio, policiais e traficantes se enfrentam de maneira sangrenta. Em São Paulo, gangues queimam ônibus quase todas as noites – informa o jornalista, ao descrever o clima que encontrou no Brasil.
A revolta com as imposições da Fifa para a realização do Mundial e a frustração diante da situação atual política do Brasil, após um período de otimismo, também são itens citados pelos alemães.
Outra matéria leva o título de "Caçando elefantes brancos" e destaca os gastos do poder público para a construção de estádios. Além disso, lembra que parte dos grandes projetos prometidos pelo governo não saíram do papel, como no caso do trem-bala que ligaria o Rio de Janeiro a São Paulo, ou foram alterados.
A reforma do Maracanã, aliás, recebeu um destaque especial na matéria dos estádios.
- Hoje o Maracanã tem a cara de qualquer estádio da Fifa. Podia estar em Londres, em Frankfurt ou em Yokohama - diz a matéria, assinada pelos jornalistas Jens Glüsing e Maik Grossekathöfer.
O último dos três artigos é escrito pelo brasileiro Luiz Ruffato, que destaca a criminalidade no Brasil. Com o título "Sempre fomos violentos", ele cita acontecimentos da história brasileira e da cultura do país.