A prova da primeira fase do vestibular de Medicina da Emescam, realizada no último domingo (5), virou caso de polícia. Segundo denúncia protocolada pelo colégio Darwin, dentre as 25 questões de química que estavam na prova, pelo menos nove delas eram iguais ou similares às questões da apostila de revisão do colégio UP.O Darwin entrou com ações na Justiça e no Ministério Público pedindo a anulação do processo seletivo 2016/2. Também foi registrado um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Defraudações de Vitória.
"Quando saímos da prova, todos os alunos dos outros cursinhos falaram que a prova estava muito difícil. Já os alunos do UP falavam que estava muito fácil, que o professor deu tudo em sala de aula", contou uma vestibulanda que não quis se identificar.
Segundo o diretor pedagógico do Darwin, Ricardo de Assis, uma "coincidência" é quase impossível. "Foi uma das provas mais difíceis dos últimos anos. Nossos professores avaliaram que um aluno bom tiraria até 15 pontos e que um excepcional, no máximo 20". No entanto, de acordo com números apresentados pela escola, dentre os 10 primeiros colocados na primeira fase, seis conseguiram 23 prontos ou mais, todos alunos do UP.
O diretor afirmou ainda que, em reunião com a comissão de vestibular da Emescam, foi confirmado que as perguntas foram formuladas por membros da faculdade, e não retiradas de bancos de questões ou reaproveitadas de vestibulares anteriores. Nessa reunião, também teria sido aberta uma sindicância para averiguar o caso.
Por meio de nota, a faculdade Emescam informou que não foi notificada por nenhum órgão judiciário sobre qualquer problema com a prova aplicada no último domingo. A segunda fase da prova de medicina da Emescam foi realizada nesta quinta (9) e sexta-feira (10).
OUTRO LADO
Segundo o diretor presidente do UP, Fábio Portela, o conteúdo que está sob suspeita consta nas apostilas de química da instituição há muitos anos. "Pergunte para qualquer aluno que faça medicina na Emescam atualmente e que tenha sido aluno UP. Todos dirão que já tiveram exatamente as mesmas aulas em anos anteriores", afirma.
"Repudiamos qualquer tipo de insinuação de que a prova tenha "vazado". O fato é simples e reto: no UP, o conteúdo foi dado de forma completa", reitera.
"É papel do professor resolver o maior número de exercícios em sala e incentivar que os alunos façam isso em casa também. Assim, o aluno naturalmente cerca tudo que possa cair", concluiu.