Cinquenta e seis pessoas foram nomeadas investigadoras de Polícia Civil depois de 23 anos que o concurso público ocorreu, no Espírito Santo. Na época, em 1993, houve um erro na contagem dos pontos e vários candidatos entraram na Justiça. O resultado da briga judicial só foi publicado em dezembro de 2016.
O comerciante Gilberto Ewald tinha 39 anos na época que fez a prova. Hoje está com 62, mas ainda assim está animado com a nomeação.
"Desde pequeno, o meu sonho era ser policial, tanto que eu fiz o concurso de Polícia Civil do Estado do Espírito Santo em 1993. Vou chegar com mais idade na delegacia, mas creio que a nossa experiência vai servir para ajudar. Estou muito disposto", falou.
Na época que o concurso foi realizado, os 1,2 mil candidatos fizeram prova física, tiveram aulas para lidar com armamentos, conhecimentos de primeiros socorros, entre outras aulas. Eles foram aprovados e ficaram esperando a nomeação.
No começo havia vagas para 305 aprovados, mas depois uma lei estadual, esse número aumentou para 812. Em 1998, cinco anos após o concurso, saíram as primeiras nomeações, mas teve candidato que ficou de fora e entrou na Justiça. A reclamação é que houve erro na soma dos pontos da primeira e da segunda fase do concurso.
Com isso, a classificação final do concurso foi alterada três vezes. O administrados Robson Encarnação, que fez as provas, contou que pessoas que tiveram pontuação menor que a dele foram aprovadas e ele não.
"No meio dessas pessoas que entraram com o recurso, eu estava em último colocado no concurso. Uma pessoa que estava atrás da gente tomou posse antes. Por isso resolvemos entrar na Justiça, correr atrás do nosso direito", disse.
O resultado foi publicado no Diário Oficial no mês de dezembro de 2016. O secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, disse que os aprovados terão que passar por um novo treinamento para atualizar as técnicas que aprenderam em 1993.
"O caminho mais adequado, que nós compreendemos, é a realização de um novo concurso público, a observação do princípio da meritocracia, adaptada à realidade que nós vivemos hoje. A atividade policial é complexa e exige um preparo muito específico. Infelizmente nós temos uma decisão judicial e vamos ter que cumpri-la mesmo não concordando com ela", explicou.
Fonte: gazetaonline.com.br