Cotados para disputar a Presidência da República nas eleições do ano que vem, a ex-senadora Marina Silva (Rede), o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) saudaram a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já o pré-candidato do PDT, o ex-deputado Ciro Gomes, afirmou que não há prova contra o petista.
Para Marina, a sentença do juiz Sergio Moro mostra que ninguém está acima da lei.
— Eu tenho dito que ninguém é grande demais, poderoso demais, importante demais para estar acima da lei — afirmou ela.
A ex-senadora disse lamentar a atual situação do país:
— Obviamente que se vê tudo isso com tristeza, porque o Brasil está vivendo a pior crise econômica, política, ética e de valores, envolvendo os principais partidos, que deveriam estar dando contribuição para o Brasil avançar.
LÍDER NAS PESQUISAS
Segundo pesquisa Datafolha divulgada no final do mês passado, Marina e o juiz Sergio Moro são os únicos que empatariam com Lula, dentro da margem de erro, em eventual segundo turno.
O prefeito de São Paulo, que tem um discurso focado no ataque ao PT e à corrupção, comemorou em suas redes sociais a sentença de Moro, a quem chamou de “herói brasileiro". Doria escreveu no Twitter que "o maior cara de pau do Brasil foi condenado". Já em vídeo postado no Facebook, o tucano disse confiar que essa é só a primeira condenação de Lula, que responde a outros processos.
"Justiça foi feita. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a nove anos e meio de prisão em primeira instância, mas certamente será também em segunda instância. Graças a este herói brasileiro, o juiz Sergio Moro. E aos petistas, lulistas, esquerdistas, que pensam que podem roubar, mentir, usurpar, enganar o povo brasileiro em qualquer tempo, por qualquer razão, fazendo o que fizeram ao Brasil. Olha aí o que deu: a condenação do Luiz Inácio Lula da Silva, nove anos e meio de prisão. E é só a primeira de cinco condenações”, disse Doria, no vídeo postado em seu Facebook.
Em segundo lugar nas pesquisas, atrás apenas de Lula, o deputado Jair Bolsonaro parabenizou Moro e disse que a medida contribui para melhorar a política .
— Eu quero cumprimentar o trabalho maravilhoso que o juiz Sergio Moro e sua equipe vêm fazendo em prol de um Brasil melhor, com a corrupção deixando de ditar o norte da política brasileira — disse Bolsonaro.
Para o deputado, a condenação vai influenciar as eleições presidenciais do ano que vem. Ele rebateu ainda um dos principais argumentos de Lula e dos petistas, o de que o ex-presidente é vítima de perseguição política:
— Não há dúvida que vai influenciar (as eleições). É uma condenação, e por corrupção. Não há nenhuma perseguição política na condenação do Lula. Ele está sendo condenado por atos que fez por livre e espontânea vontade, sabendo que estava errando.
UMA NO CRAVO...
Já Ciro Gomes, que tenta atrair o eleitorado de esquerda, afirmou que Lula foi condenado sem provas, mas não deixou de atacar politicamente o ex-presidente, de quem foi ministro.
“Ninguém está acima da lei e imune ao alcance da Justiça, mas esta condenação acontece ante uma grande revolta dos simpatizantes de Lula, uma estranhíssima e patológica euforia dos que o odeiam e ante uma grande perplexidade da maioria do povo, que não consegue entender uma sentença sem uma prova cabal e simples, que todos possamos entender como base de uma pena justa”, disse Ciro, em trecho da nota divulgada por sua assessoria.
Aproveitou para ressaltar preocupação com “o ódio sectário" que, diz , “praticamente domina o debate político".
Procurados, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o senador José Serra (PSDB-SP), também presidenciáveis, não retornaram.
Fonte: gazetaonline.com.br