Caso é investigado pela delegacia de Alegre. Artur (destaque) chegou a ser socorrido, mas não resistiu
O pai de um menino de cinco anos confessou à polícia, na manhã desta quinta-feira (16), que matou o filho após "ouvir vozes" em Dores do Rio Preto, na Região do Caparaó. Artur Moura Silva foi agredido pelo pai, Adeildo Souza da Silva, de 26 anos, pelo menos duas vezes desde o último domingo (12). Na tarde desta quarta (15), com hematomas pelo corpo, o menino foi levado para o Pronto Socorro de Guaçuí, onde morreu.
A mãe do menino, uma jovem de 26 anos, contou para a Polícia Militar que Artur estava se queixando de dores pelo corpo há dois dias, e que o filho apresentava alguns hematomas pelo corpo. Ela não soube explicar a origem das marcas.
Em depoimento, a jovem relatou que, por volta das 9h de quarta, esteve com o companheiro, pai da criança, e uma tia, em um centro espírita da cidade, juntamente com o proprietário do local. Lá, a família permaneceu durante uma hora. A mãe da criança ainda disse que, por volta das 14h, ela e a tia de Artur voltaram para a casa do dono do centro espírita, onde fizeram uma oração espiritual no menino durante 20 minutos.
Segundo o depoimento da mãe, logo depois a oração, o filho começou a se sentir mal e foi levado para Pronto Socorro, onde morreu às 19h20. O Conselho Tutelar de Guaçuí foi acionado para fazer o primeiro atendimento e, em seguida, o conselho de Dores do Rio Preto foi acionado.
A conselheira de Guaçuí, Maria Emília Costa, viu a criança e confirmou que ela estava cheia de hematomas pelo corpo. “A mãe foi bem fria e em momento algum chorou. Acionamos o outro conselho, pois ela tem outra criança de sete anos”, disse Maria Emília.
Uma menina de sete anos, enteada de Adeildo, foi entregue aos cuidados do pai, pelo Conselho Tutelar de Dores do Rio Preto. Ainda não há indícios de que ela também tenha sido agredida, mas está sendo acompanhada por especialistas.
CONFISSÃO
Após a morte da criança, o pai do menino, a mãe, a tia e o dono do centro espírita foram encaminhados para a delegacia, onde prestaram depoimento, que se estendeu até a madrugada. A princípio, ela negou que Artur estava sendo agredido, mas, em seguida, confessou que o companheiro dela, Adeildo Souza da Silva, agrediu o filho do casal pela primeira vez no domingo e depois nesta quarta-feira. Ela alegou para o delegado que não contou nada pois foi ameaçada.
O delegado Carlos Victor revelou que Adeildo confessou que "ouvia vozes" que pediam para ele agredir o garoto, e que não deveria parar. E que, por causa disso, Artur foi levado para o centro espírita para ser "rezado".
Segundo a polícia, a mãe vai responder pelo crime em liberdade. Já Adeildo foi atuado em flagrante por homicídio duplamente qualificado e encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim.
Fonte: Gazeta online