São 884 assassinatos, ante 1.130 registrados em 2017. Índice de homicídios criado pelo G1 acompanha mês a mês os dados de vítimas de crimes violentos no país.
O Espírito Santo teve, nos primeiro nove meses deste ano, uma redução no número de mortes violentas. É o que mostra um levantamento feito pelo G1 e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública dentro do Monitor da Violência, parceria que conta ainda com o Núcleo de Estudos da Violência da USP.
Os dados do índice nacional de homicídios, ferramenta criada pelo G1 que permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país, mostra que, entre janeiro e setembro de 2018, 884 pessoas foram vítimas de homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, no Espírito Santo. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
Por outro lado, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que, no mesmo período de 2017, foram registradas 1.130 mortes violentas. Ou seja, houve uma redução de 22% no número de vítimas.
PÁGINA ESPECIAL: Mapa mostra mortes violentas no país
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METODOLOGIA: Monitor da Violência
ES tem a 3ª maior redução do país
Na comparação com os outros estados brasileiros, o Espírito Santo, junto com Pernambuco, tiveram a 3ª maior redução de mortes violentas do país. Alagoas e Rio Grande do Norte aparecem na frente, com 26% e 24% de queda, respectivamente.
ES registra redução no número de mortes violentas nos nove primeiros meses do ano — Foto: Reprodução/ TV Gazeta
Nacionalmente, o levantamento do Monitor da Violência revela que:
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Brasil teve, nos primeiro nove meses de 2018, redução de 12,4% no número de mortes violentas
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São 39.182 assassinatos, ante 44.733 registrados em 2017
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apenas dois estados (Roraima e Tocantins) tiveram aumento no número de mortes violentas
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sete estados apresentam uma redução superior a 20%
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Alagoas teve a maior a redução: 26%
Menor índice dos últimos 22 anos
O secretário estadual de segurança pública, Nylton Rodrigues, diz que a queda dos homicídios no Espírito Santo é a maior dos últimos 22 anos, quando o estado começou a contabilizar os números.
"Nossa série histórica começa em 1996, quando começamos a contabilizar os números. De lá para cá, 2018 é o ano de menor número de homicídios ocorridos no Espírito Santo. Estamos com a menor taxa", disse.
A secretaria de Segurança disse que isso é o resultado de um conjunto de ações. "O grande esforço dos nossos policiais civis e militares é a chave para essa diminuição. E existe uma dedicação muito grande nas investigações dentro da Polícia Civil para identificar autores de homicídios. Ano passado prendemos 1.380 autores de homicídios, este ano já prendemos 1.407."
Apesar da queda, população segue relatando sensação de insegurança tem aumentado. "Acho que a violência não diminuiu. Por todas as partes ainda ouvimos as pessoas falarem sobre violência", disse a dona de casa Cláudia Schulchink. A aposentada Iracy Gomes completou: "Está piorando a cada dia."
O mapeamento
Desde o início do ano, jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo Fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O objetivo é, além de antecipar os dados e possibilitar um diagnóstico em tempo real da violência, cobrar transparência por parte dos governos.
Parte dos dados de 2018 ainda deve sofrer alterações em razão de revisões e ajustes feitos pelos governos – o que não impactará, no entanto, na constatação de redução no indicador no país.
Página especial
Na página especial criada pelo G1, é possível navegar por cada um dos estados e encontrar dois vídeos: um com uma análise de um especialista indicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e outro com um diagnóstico de um representante do governo. Ambos respondem a duas perguntas:
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Quem são os grupos/pessoas que mais matam no estado, por que eles matam e como isso mudou ao longo da última década?
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O que fazer para mudar esse cenário?
Apenas 3 dos 27 governos estaduais não enviaram respostas às questões em vídeo: Bahia, Ceará e Rio de Janeiro. Juntos, eles respondem por mais de 1/4 das mortes violentas no ano passado.
Fonte: G1 ES