O primeiro escalão do governo Renato Casagrande (PSB) sofrerá poucas mudanças com a obrigação legal de candidatos saírem do cargo em abril. Apenas quatro secretários, e de pastas mais periféricas, devem deixar a gestão para tocar campanhas de deputado.
Helder Salomão (PT) sai da Assistência Social e Direitos Humanos mirando uma vaga na Câmara dos Deputados, para onde também pretende ir o titular dos Esportes, Vandinho Leite (PSB). Comandando o Turismo, Alexandre Passos (PT) aspira a uma cadeira da Assembleia, destino cobiçado por Jadir Pela (PSB), da Ciência e Tecnologia.
Casagrande diz a aliados que Enio Bergoli (PV, Agricultura) e Tadeu Marino (PSB, Saúde) estarão fora da disputa proporcional. Só que Enio cedeu às investidas de se filiar: em “stand by”, ele virou carta na manga do governador, que pode até alojá-lo na vaga do Senado ou na vice caso fique isolado contra PT e PMDB na majoritária. Menos incógnito é Evair de Melo (PV), diretor do Incaper, que sai para concorrer à Câmara.
Já Vandinho e Pela são projetados pelo PSB para reforçar a capilaridade eleitoral do partido, que conquistou o governo local mas ainda tem baixa representação no Parlamento. A primeira etapa de expansão foi vencida com a eleição de mais de 20 prefeitos da sigla em 2012.
Antecipado por exigência da lei eleitoral, o afastamento não atrapalha os resultados da gestão, avalia Helder. Ao assumir, ele revelou suas pretensões eleitorais: “Quando o governador me convidou, há um ano, deixei clara a vontade de ser candidato. Estou focado nos programas da pasta e, em abril, entro efetivamente na campanha gastando sola de sapato”.
Ciente de que não há eleição fácil à Câmara, o petista reitera esforços para evitar qualquer prejuízo ou interrupção das ações da secretaria. “Nosso ano foi produtivo, cheio de conquistas e estou feliz”, reitera.
O próprio Casagrande vê com naturalidade a possibilidade de mudar a equipe devido aos desfalques eleitorais. “Ainda não está definido nada. Vejo a eventual saída com naturalidade porque é uma imposição legal. Todos sabem que faz parte do processo”, pontua. Técnicos das pastas podem ser substitutos na máquina estadual, uma solução doméstica muito comum.
Desfalque
“Ainda não está definido nada. Vejo a eventual saída com naturalidade porque é uma imposição legal, é legislação eleitoral. Todos sabem que faz parte do processo” Renato Casagrande (PSB), governador
Dilma
A presidente Dilma Rousseff (PT) também mudará o xadrez ministerial por causa das eleições. As mudanças previstas já para este mês envolvem as saídas dos petistas Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Alexandre Padilha (Saúde), candidatos, respectivamente, aos governos do Paraná, Minas Gerais e São Paulo.
Candidatos ao Parlamento, também devem se desligar de seus cargos os ministros Ideli Salvatti (PT, Articulações Institucionais), Aguinaldo Ribeiro (PP, Cidades) e Antônio Andrade (PMDB, Agricultura). A conta, no entanto, ainda pode subir. Dilma já prepara as reformulações desde o ano passado.
Fonte: gazetaonline.globo.com