Com a comprovação nos Estados Unidos de que a Telexfree é pirâmide financeira, a empresa corre contra o tempo para aprovar o pedido de recuperação judicial e evitar o bloqueio de seu patrimônio e de seus sócios naquele país. Nesta quarta-feira (16), a corporação apresentou à Vara de Nevada mais uma petição, dessa vez, para romper contratos com todos os associados, contestando os valores devidos a cada um deles.
Na última terça (15), após a divulgação de um relatório de investigações da Divisão de Valores Mobiliários de Massachusetts, que prova a insustentabilidade do negócio, a polícia realizou uma operação para apreender documentos na sede da empresa, na cidade de Malborough, em Massachusetts.
Entre os agentes, havia também integrantes da divisão de imigração e da alfândega, segundo o jornal MetroWest Daily News.
No local, policiais recolheram diversas caixas com evidências que devem contribuir nas apurações sobre a fraude. Segundo a Divisão, a Telexfree já pode ser considerada um dos maiores golpes descobertos nos últimos tempos.
Estimativas apontam que o esquema pode ter movimentado mais de R$ 2,7 bilhões. As solicitações feitas à Justiça para evitar a bancarrota serão apreciadas hoje em uma audiência.
O grupo, composto por três firmas, apresentou à Justiça uma lista com os 30 principais credores. A relação tem nome de pessoas jurídicas e físicas. Só para elas, a Telexfree declarou débitos de cerca de R$ 30 milhões. No entanto, no pedido de falência, a rede afirmou ter ativos de R$ 115 milhões a R$ 230 milhões, mais uma dívida total que chega a R$ 1,3 bilhão.
Novo modelo
Segundo documentos entregues à Justiça de Nevada, a empresa quer enquadrar todos os divulgadores no contrato novo, obrigando-os a vender, cada um, cinco VoIPs mensalmente e recrutar dois outros promotores para o negócio. Eles também precisarão continuar a publicar anúncios diários, mas só receberão da empresa se cumprirem as exigências.
O secretário do governo de Massachusetts, William Galvin, responsável pelas investigações, afirma que fará esforços para que a Securities and Exchange Comission (SEC) – Comissão de Valores Mobiliários dos EUA – consiga impedir a aprovação do pedido de falência. “Eles claramente estão respondendo ao fato de que uma investigação estava em andamento. Agora, devemos agir prontamente para obter tudo o que pudermos para os investidores”, disse.
Na terça (15), o advogado Horst Fuchs, da Telexfree em Vitória, foi procurado, mas não quis comentar o assunto. Ontem, o advogado Danny Gomes disse que falará hoje sobre a acusação contra a Telexfree.
Vida curta para esquema do dinheiro fácil
Relatório de investigações da SEC em Massachusetts revela que a Telexfree não ia conseguir sobreviver por muito tempo. Só para pagar pelos anúncios publicados na internet, a empresa teria que desembolsar de US$ 3 bilhões (R$ 7 bilhões) por ano, valor que ultrapassa a receita da companhia.
Os cálculos excluem as bonificações para recrutamento de novos integrantes e formação de rede de divulgadores. O levantamento mostra que a companhia atraiu em todo o mundo 783 mil investidores.
Desde que surgiu, a Telexfree se apresentava como uma empresa de marketing multinível que garantia rentabilidade para quem publicasse anúncio da empresa na internet e atraísse novos promotores de VoIP.
As investigações mostram que 88% dos investidores compraram os planos mais caros da Telexfree, de US$ 1.375 (R$ 3,1 mil) e precisavam publicar 25 anúncios em cinco dias para ter uma rentabilidade de US$ 100 por semana.
Líderes já trocaram de empresa
Um dia após a SEC confirmar que a Telexfree é uma fraude milionária, líderes da empresa já recrutam pessoas para outros negócios suspeitos, com a mesma promessa de lucro fácil.
A migração é comum aos “piramideiros”. Fernando Augusto, por exemplo, ostentava carros de luxo e fortuna na internet, antes de a Telexfree sofrer o último golpe. Agora, divulga uma empresa que, em vez do VoIP, diz comercializar mudas de árvore. “Recomendo, se posicione urgentemente pois todos os grandes líderes da Telexfree estão entrando em nossa rede”, sugere ele, que já “vestiu a camisa” de outras pirâmides antes da Telexfree.
Primeira-dama é credora número 1
Com a comprovação nos Estados Unidos de que a Telexfree é pirâmide financeira, a empresa corre contra o tempo para aprovar o pedido de recuperação judicial e evitar o bloqueio de seu patrimônio e de seus sócios naquele país. Nesta quarta-feira (16), a corporação apresentou à Vara de Nevada mais uma petição, dessa vez, para romper contratos com todos os associados, contestando os valores devidos a cada um deles.
Na última terça (15), após a divulgação de um relatório de investigações da Divisão de Valores Mobiliários de Massachusetts, que prova a insustentabilidade do negócio, a polícia realizou uma operação para apreender documentos na sede da empresa, na cidade de Malborough, em Massachusetts.
Entre os agentes, havia também integrantes da divisão de imigração e da alfândega, segundo o jornal MetroWest Daily News.
No local, policiais recolheram diversas caixas com evidências que devem contribuir nas apurações sobre a fraude. Segundo a Divisão, a Telexfree já pode ser considerada um dos maiores golpes descobertos nos últimos tempos.
Estimativas apontam que o esquema pode ter movimentado mais de R$ 2,7 bilhões. As solicitações feitas à Justiça para evitar a bancarrota serão apreciadas hoje em uma audiência.
O grupo, composto por três firmas, apresentou à Justiça uma lista com os 30 principais credores. A relação tem nome de pessoas jurídicas e físicas. Só para elas, a Telexfree declarou débitos de cerca de R$ 30 milhões. No entanto, no pedido de falência, a rede afirmou ter ativos de R$ 115 milhões a R$ 230 milhões, mais uma dívida total que chega a R$ 1,3 bilhão.
Novo modelo
Segundo documentos entregues à Justiça de Nevada, a empresa quer enquadrar todos os divulgadores no contrato novo, obrigando-os a vender, cada um, cinco VoIPs mensalmente e recrutar dois outros promotores para o negócio. Eles também precisarão continuar a publicar anúncios diários, mas só receberão da empresa se cumprirem as exigências.
O secretário do governo de Massachusetts, William Galvin, responsável pelas investigações, afirma que fará esforços para que a Securities and Exchange Comission (SEC) – Comissão de Valores Mobiliários dos EUA – consiga impedir a aprovação do pedido de falência. “Eles claramente estão respondendo ao fato de que uma investigação estava em andamento. Agora, devemos agir prontamente para obter tudo o que pudermos para os investidores”, disse.
Na terça (15), o advogado Horst Fuchs, da Telexfree em Vitória, foi procurado, mas não quis comentar o assunto. Ontem, o advogado Danny Gomes disse que falará hoje sobre a acusação contra a Telexfree.
Vida curta para esquema do dinheiro fácil
Relatório de investigações da SEC em Massachusetts revela que a Telexfree não ia conseguir sobreviver por muito tempo. Só para pagar pelos anúncios publicados na internet, a empresa teria que desembolsar de US$ 3 bilhões (R$ 7 bilhões) por ano, valor que ultrapassa a receita da companhia.
Os cálculos excluem as bonificações para recrutamento de novos integrantes e formação de rede de divulgadores. O levantamento mostra que a companhia atraiu em todo o mundo 783 mil investidores.
Desde que surgiu, a Telexfree se apresentava como uma empresa de marketing multinível que garantia rentabilidade para quem publicasse anúncio da empresa na internet e atraísse novos promotores de VoIP.
As investigações mostram que 88% dos investidores compraram os planos mais caros da Telexfree, de US$ 1.375 (R$ 3,1 mil) e precisavam publicar 25 anúncios em cinco dias para ter uma rentabilidade de US$ 100 por semana.
Líderes já trocaram de empresa
Um dia após a SEC confirmar que a Telexfree é uma fraude milionária, líderes da empresa já recrutam pessoas para outros negócios suspeitos, com a mesma promessa de lucro fácil.
A migração é comum aos “piramideiros”. Fernando Augusto, por exemplo, ostentava carros de luxo e fortuna na internet, antes de a Telexfree sofrer o último golpe. Agora, divulga uma empresa que, em vez do VoIP, diz comercializar mudas de árvore. “Recomendo, se posicione urgentemente pois todos os grandes líderes da Telexfree estão entrando em nossa rede”, sugere ele, que já “vestiu a camisa” de outras pirâmides antes da Telexfree.
Primeira-dama é credora número 1
Na lista de credores apresentados pela Telexfree à Justiça de Nevada, EUA, a mulher do diretor da empresa Carlos Roberto Costa está no topo. O valor devido a Jozélia Sangali, segundo o documento, é de quase R$ 3 milhões, equivalentes a 10% do total de débitos apresentados.
Carlos Costa é sócio das filiais americanas da companhia e também dono da Ympactus Comercial (razão social da Telexfree brasileira), em Vitória.
Netsa quarta, a reportagem foi até o apartamento do empresário, no bairro Itapoã, em Vila Velha. No entanto, de acordo com funcionários do prédio, ele não mora no imóvel há quatro meses.
Na sede da Telexfree, na Enseada do Suá, as portas estão fechadas com tapumes, e placas afirmam que não existe atendimento, apesar de algumas pessoas continuarem a trabalhar lá. Funcionários não souberam dizer onde Carlos Costa pode ser encontrado. Ele também não atende às ligações.
Número 2
O segundo nome na lista, com R$ 2 milhões a receber, é Leonardo Francisco, parente de Carlos Wanzeler, fundador da Telexfree. O quarto credor é o capixaba Renato Alves, com R$ 1,6 milhão. Ele foi procurado, mas não atendeu às ligações. Ao Portal IG, disse que a informação é engano.
O sétimo na relação é a JMC (com R$ 1 milhão), empresa ligada a um divulgador da Telexfree no Espírito Santo. Na 11ª posição está Flávio Arraz, com direito também a R$ 1 milhão. Ao ser questionado sobre a lista, ele disse que a reportagem deveria pedir informações à pessoa que elaborou a relação de credores.
A filha de Inocêncio Pereira Reis Neto, o Pelé Reis, está em 14º na lista para receber cerca de R$ 900 mil. Pelé – divulgador que disse ter ficado milionário e comprado uma Ferrari com as bonificações da Telexfree – foi procurado, mas não atendeu aos telefonemas.